eg, 17/10/11
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas
O destino de Orlando Silva à frente do Ministério dos Esportes vai depender de como ele vai se sair nas explicações prometidas ao Congresso sobre as denúncias de que teria recebido dinheiro de um beneficiário do programa “Segundo Tempo” , vinculado ao ministério. No encontro que teve ontem à noite com os ministros Gleisi Hoffman, da Casa Civil, e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da presidência, por ordem a presidente Dilma Rousseff, Orlando negou as acusações e disse estar tranquilo para fazer a própria defesa.
Antes de chegar a Brasília para o encontro com os dois colegas, que aconteceu na casa da ministra Gleisi Hoffmann, no Lago Sul, Orlando Silva parou em São Paulo e se reuniu com a cúpula de seu partido, o PC do B. Ali, ficou acertado o apoio político do partido ao ministro e a mobilização feita pelas redes sociais (twitter e facebook) em defesa dele. O presidente do partido, Renato Rabelo, postou: “Sou PC do B, sou Orlando, sou Brasil”, e foi seguido por vários militantes. O assunto é um dos mais comentados no Twitter desde ontem. Na montagem do ministério, Dilma quis nomear uma mulher para os Esportes, seria a deputada Luciana Santos, mas o PC do B insistiu em manter Orlando no cargo.
Segundo fontes do governo, Orlando Silva deve seguir o mesmo ritual cumprido por outros ministros que foram alvo de denúncias: ele deve se defender junto ao Congresso. Em casos anteriores, Wagner Rossi, da Agricultura, por exemplo, saiu-se bem no Congresso, mas acabou deixando o cargo dias depois. Se, for o caso de substituição, o novo titular será do mesmo partido, o PC do B.
A principal tarefa de Orlando Silva é se desvencilhar das denúncias envolvendo o programa “Segundo Tempo” e mostrar que agiu para coibir as fraudes – ponto em que está sustentando sua defesa no caso específico. O policial João Dias Ferreira denuncia que por meio de Célio Soares entregou dinheiro numa caixa de papelão ao ministro.
O governo já recebia denúncias sobre irregularidades no programa Segundo Tempo. O próprio ministro Orlando Silva contou a dois colegas que, advertido pela Controladoria-Geral da União, já estava tomando providências em relação a convênios com ONGs. No caso da denúncia de Brasília, segundo Orlando Silva, foi por ter tomado providências para corrigir os desvios é que o policial João Dias Ferreira teria decidido denunciá-lo.
Antes de estourar a denúncia contra Orlando Silva, a presidente Dilma já vinha manifestando preocupações com o Ministério dos Esportes e com o papel de Orlando Silva junto à Fifa nas negociações sobre a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil. Segundo um interlocutor da presidente, Dilma considera que Orlando insistia nas mediações com a Fifa de aspectos que o governo brasileiro já tinha posição tomada. Em lugar de levar a decisão do governo, o ministro, em várias ocasiões, teria tentado buscar um entendimento – o que não agrada a presidente.
Por outro lado, Orlando foi perdendo força, também, junto à Fifa. Hoje, por exemplo, estão sendo tomadas decisões sobre sedes da Copa, agenda de jogos e sobre a Copa das Confederações e nenhum representante do governo foi convidado.
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