20 de outubro de 2011
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Mais do que alguns argentinos cansados da propaganda eleitoral que invade a televisão a cada intervalo há no Brasil um grupo que torce como poucos para que chegue a segunda-feira. O calçadistas brasileiros creditam à campanha e à necessidade da presidente Cristina Kirchner, candidata à reeleição, agradar aos industriais do seu país os problemas que o produto brasileiro enfrenta para ingressar na Argentina. Hoje o diretor da Abicalçados, Heitor Klein, falou ao Gaúcha Atualidade e voltou a denunciar que o acordo entre os dois países não está sendo cumprido. Os termos permitem um ingresso anual de 15 milhões de pares do Mercosul por aqui. Estamos no final de Outubro e apenas pouco mais da metade deste volume chegou às lojas argentinas. O resultado é a perda de mercado e prejuízos que são contabilizados em U$ 50 milhões. Uma fila de 3,5 milhões de pares aguardam nas caixas para ingressem na Argentina já.
A segunda-feira é vista como o momento do distensionamento e a possibilidade de colocar o produto brasileiro ainda no Natal. O dia da Mães, comemorado aqui no terceiro domingo de Outubro, já foi perdido. A cobrança da Abicalçados é bilateral. Também o governo brasileiro não estaria atuando em defesa do produto nacional.
Os argentinos dizem o contrário. A Câmara do Calçado de Buenos Aires defende que o acordo sim está sendo cumprido e que o Brasil não dá o mesmo tratamento à indústria calçadista argentina. Na conta portenha, a Argentina compra 15 milhões de pares brasileiros e outros cinco milhões de países orientais. E cobram reciprocidade ao queixar-se que o Brasil compra 50 milhões de pares da China e menos de 200 mil da Argentina.
Na guerra entre as indústrias é a relação com o comércio argentino que se deteriora. Klein diz que muitos pedidos já estão sendo cancelados pela impossibilidade de fazer o produto cruzar a fronteira. “Isto está afetando a nossa credibilidade junto aos nossos clientes”, lamenta.
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